O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, relatou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente exerceu pressão para que o resultado das eleições fosse considerado fraudulento.
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No relato a Moraes, Cid afirmou que Bolsonaro pressionou o ex-ministro da Defesa, Paulo Nogueira, para que o relatório das Forças Armadas apontasse fraude nas urnas eleitorais.
O magistrado citou uma reunião que teria com o general Paulo Sérgio, logo após a conclusão do relatório elaborado pelas Forças Armadas, em novembro de 2022, e que foi desmarcada pelo militar. “Ele foi proibido de mostrar o laudo que não tinha nenhum problema”, comenta Moraes.
“O presidente estava pressionando ele para que ele escrevesse isso de outra forma”, respondeu Cid. Após a pressão, segundo o tenente-coronel, foi feita uma nova “construção” textual que apontava que não era possível identificar fraude nas urnas, pois o sistema eletrônico de votação não é auditável, o que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
“Acabou saindo um meio-termo entre o que o presidente queria e o que o ministro Paulo Sérgio fez no trabalho técnico dele”, disse Cid.