O médico e microbiologista francês, Didier Raoult, conhecido como “guru da cloroquina”, teve seu registro cassado e não poderá exercer medicina por dois anos, segundo jornal francês Le Parisien. Raoult foi o primeiro a defender o uso da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19.
Em 2020, durante a pandemia, o médico francês, que era diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção (IHU), em Marselha, divulgou um estudo incentivando o uso do medicamento no tratamento do coronavírus. A pesquisa foi contestada por cientistas, pois foi realizada com apenas 42 pacientes, sem a aprovação de autoridades de saúde e sem “rigor científico”.
Apesar das controvérsias, o estudo foi defendido por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos na época.
A punição contra o “guru da cloroquina” passará a valer a partir do dia 1 de fevereiro de 2025. Segundo o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos (CNOM) da França, Raoult “ultrapassou os limites da liberdade de expressão”, pois, além de defender o medicamento comprovadamente ineficaz contra a Covid-19, o médico também fez críticas à vacinação ampla da população e às políticas de distanciamento social, prejudicando as medidas tomadas pelas autoridades sanitárias.
Em 2021, Raoult já havia recebido uma advertência da Câmara Disciplinar Nacional por não ter se baseado em dados científicos. Contudo, o CNOM entendeu que a punição não era suficiente e recorreu.